Análise Tática: O balanço final do Flamengo de Fábio Matias
O Flamengo iniciou sua trajetória em 2022 utilizando seus jovens atletas formados no Ninho. Enquanto o elenco principal seguia sua preparação para temporada, o Mengão fez seus dois primeiros jogos no ano sob o comando de Fábio Matias, no qual venceu a Portuguesa e empatou com o Volta Redonda pelo Campeonato Carioca.
A princípio, a equipe tem certa influência o novo treinador rubro-negro Paulo Sousa. Contudo, foi possível perceber que Matias teve autonomia para aplicar suas ideias em campo.
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Como se defendeu o Flamengo de Fábio Matias
A primeira vista, o Fla teve como disposição tática inicial o 4-1-4-1, no qual a grande surpresa dessa formatação foi a utilização de Lázaro como um ponteiro aberto pelo lado direito.
Enquanto o meia rubro-negro se destacou nas categorias de base atuando mais centralizado e buscando muita das vezes partir do lado esquerdo do campo, nas primeiras partidas do Estadual foi utilizado pelo lado direito do campo.
Lázaro conseguiu defensivamente corresponder à altura, seja pela ocupação de espaço ou pela postura agressiva no combate ao adversário.
Além disso, uma outra escolha de Matias chamou a atenção: a utilização de Matheus França como um volante em muitos momentos.
Em especial na partida contra a Portuguesa, a jovem promessa se alinhou a Igor Jesus na zona de volantes para que Yuri Oliveira subisse pressão junto a André. Dessa forma, o Fla variou sua disposição tática em organização defensiva de um 4-1-4-1 para um 4-4-2.
Apesar disso, França conseguiu participar do momento com campo com volúpia. Principalmente nas transições ofensivas, buscando progredir com a bola em campo em algumas arrancadas pelo corredor central.
Em relação a altura e postura do bloco de marcação, Matias optou por uma marcação zonal onde variava algumas subidas de pressão individualizadas com André e Yuri de Oliveira/Matheus França aos zagueiros adversários.
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Buscando constranger o portador da bola adversário numa zona do campo mais conservadora, o Flamengo se defendeu majoritariamente em bloco médio buscando realizar pressão de forma mais compacta.
A equipe conseguiu limitar a bola descoberta tanto da Portuguesa, quanto do Volta Redonda. Contudo sofreu com algumas transições defensivas devido a espaços gerados pelas subidas dos laterais Wesley e Marcos Paulo.
Como atacou o Flamengo de Fábio Matias
Em fase ofensiva, o Flamengo teve posturas diferentes nos dois jogos iniciais do Carioca. No qual possuía ideias em comum, porém com aplicações diferentes nas partidas.
Primeiramente contra a Portuguesa, Matias optou por uma saída de bola mais arrojada. Igor Jesus descia entre os zagueiros para realizar a saída de 3. Assim, Wesley e Marcos Paulo geravam amplitude em zonas diferentes do campo.
Enquanto Wesley atuou mais avançado e próximo de Lázaro pelo lado direito, por outro lado Marcos Paulo atuou mais próximo de Yuri de Oliveira.
O objetivo era ter um lado esquerdo com maior sustentação na saída de bola e no qual proporcionava maior liberdade para Thiaguinho ser incisivo pelo setor.
Já contra o Volta Redonda houve mudanças na formatação da equipe na saída de bola e na entrada do último terço.
Wesley passou a ser o terceiro homem da saída e Igor Jesus se alinhou a Yuri de Oliveira. Assim o Flamengo iniciou a primeira fase de construção de forma mais conservadora em 3-2, com a presença de mais um jogador neste região do campo.
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Dessa forma, Lázaro passou a ser o homem que gerava amplitude pelo lado direito. Marcos Paulo passou a atuar mais avançado pelo corredor lateral. Matheus França se alinhou a Thiaguinho pelo corredor central e André seguiu sendo a referência do ataque rubro-negro.
Como resultado dessa opção, o Flamengo teve mais dificuldades para furar o bloqueio contra o Volta Redonda por conta de ter menos um jogador nas regiões mais próximas de finalização. Assim como também teve menos problemas com as transições ofensivas do adversário.
Balanço final do Fla de Fabio Matias no Cariocão 2022
Para este que escreve, o Flamengo de Fábio Matias teve um balanço positivo nos dois jogos iniciais do Estadual.
Sem bola, conseguiu ser eficiente na maioria do tempo, se defendendo de forma organizada e agressiva. Impedindo que, tanto Portuguesa, quanto Volta Redonda, encontrassem espaços em organização ofensiva.
Porém, um sinal fica ligado: a postura da equipe nas bolas paradas defensivas, em especial os escanteios. Movimentos descoordenados em zona que propiciaram espaços na pequena área para cabeceio adversário.
Com bola, deixou a desejar em alguns momentos, sobretudo no empate contra o Volta Redonda, devido ao menor dinamismo da equipe na construção do jogo. Mostrou lentidão para realizar os passes e poucas dinâmicas que gerariam espaços para atacar os adversários.
Por fim, a equipe foi mais efetiva nas transições ofensivas, conseguindo ser efetivo nos momentos em que conseguiu roubar bolas e acionar o centroavante André em profundidade. Com maior eficiência, poderia ter feito mais gols dessa forma em ambos os jogos.
SRN