Análise tática – Flamengo 1x0 Deportivo Táchira: Rubro-Negro avança com alerta ligado na Libertadores

Atualizado: 29/05/2025, 18:36
FLAMENGO X TACHIRA - COPA LIBERTADORES - MARACANA - 28-05-2025

Classificado, mas longe de convencer. O Flamengo garantiu a vaga nas oitavas de final da Libertadores ao vencer o Deportivo Táchira por 1 a 0 no Maracanã, mas a forma como a classificação foi obtida acendeu um sinal amarelo para a sequência da temporada.

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Com mais de 66 mil torcedores nas arquibancadas, a equipe comandada por Filipe Luís entregou uma atuação ansiosa, desorganizada e, em vários momentos, previsível.

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Apesar da maior posse de bola (62% no total), o Flamengo teve imensas dificuldades para furar a retranca do Táchira. O time venezuelano, já eliminado, adotou um 5-4-1 bem encaixado, apostando na compactação entre linhas e fechando os espaços pelo meio.

O Flamengo, por sua vez, abusou de cruzamentos sem direção (apenas 26% de aproveitamento) e não encontrou soluções criativas. A ansiedade, admitida pelo próprio Filipe Luís na coletiva pós-jogo, ficou evidente nos erros técnicos e nas tomadas de decisão precipitadas.

Léo Pereira e Rossi evitam tragédia

Filipe Luís apostou na entrada de Bruno Henrique no segundo tempo e, com isso, ganhou profundidade e mobilidade no ataque. O time acelerou mais as transições, explorou melhor os corredores e rapidamente criou duas chances claras.

O gol que selou a classificação saiu aos 20 minutos, em uma jogada de bola parada: Luiz Araújo cruzou com precisão e Léo Pereira, vindo de trás, finalizou de primeira para marcar.

O gol, porém, não deu dinamismo para uma possível goleada que garantiria a liderança do grupo. Pelo contrário: o Flamengo recuou, Pedro e Arrascaeta foram substituídos, e o time perdeu poder de retenção no ataque. A entrada de Evertton Araújo não compensou a ausência de uma referência ofensiva.

A queda brusca de rendimento nos minutos finais expôs uma equipe instável emocionalmente. Lucas Cano, do Táchira, teve chance clara no apagar das luzes e quase selou um empate que significaria a eliminação rubro-negra.

O Flamengo finalizou 20 vezes, teve nove finalizações no alvo e perdeu três grandes chances. O volume ofensivo mascarou um desempenho coletivo irregular e desequilibrado.

O desabamento dos jogadores ao fim da partida sugere desgaste físico, mental ou ambos. Filipe Luís defendeu o grupo citando conquistas recentes, mas a falta de intensidade nos minutos finais e a falta de "fome" para buscar a liderança após o gol revelam uma equipe sem o apetite competitivo que tem mostrado no Brasileirão.

Lições para as oitavas

Mesmo classificado, o Flamengo precisa refletir sobre a dificuldade em furar retrancas, especialmente sem jogadores como De la Cruz e Plata, ainda lesionados, e com Arrascaeta suspenso para o primeiro jogo das oitavas. A previsibilidade ofensiva, o nervosismo diante da pressão e a queda de ritmo após substituições precisam ser corrigidos com urgência.

O sorteio das oitavas acontece na segunda-feira (2). Até lá, o time encara o Fortaleza no domingo (1º), pelo Brasileirão, com a possibilidade de assumir a liderança. Será mais uma oportunidade para mostrar que pode superar as próprias limitações táticas, e transformar o alívio da classificação em confiança para o futuro.