Após estrear na Taça Libertadores da América vencendo o Sporting Cristal com baixo desempenho, o Flamengo iniciou sua trajetória no Campeonato Brasileiro contra o Atlético-GO.
Apesar do empate em Goiás, o Mais Querido apresentou uma nítida evolução em relação ao jogo no Peru. Bem como alguns problemas defensivos que seguem gerando problemas a equipe.
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Após susto inicial, Flamengo domina ações na primeira etapa
O gol de Wellington Rato aos dois minutos do primeiro tempo, bem anulado, poderia condicionar o jogo para mais uma partida ruim do Flamengo. Os erros nos gestos técnicos de Arão assustaram no início do duelo. Porém, após o susto inicial, o Flamengo conseguiu tomar as rédeas da partida da partida e fazer um primeiro tempo bem superior aos últimos três jogos na temporada. E isso passa muito pela evolução na saída de bola.
Utilizando o já habitual 3-4-2-1 em organização ofensiva, o trio de zaga formado por Arão, David Luiz e Léo Pereira conseguiu progredir com bola de forma mais fluída em jogo curto. Seja pela coragem de Arão e Léo Pereira em encontrar janelas mais arriscadas, assim como pelas maiores opções de passe para os três zagueiros. João Gomes e Thiago Maia se apresentavam com frequência entre Jorginho e Rato para avançar pelo corredor central. Pelo lado direito, Matheuzinho e Andreas Pereira baixavam mais próximos de Arão para sair pelo corredor e rapidamente girar o lado oposto, encontrando Bruno Henrique, Arrascaeta e João Gomes.
Pelo lado esquerdo, o Flamengo conseguiu criar as principais chances de gol na primeira etapa com Bruno Henrique e Gabi. Mas faltou transformar em gols o domínio gerado nos primeiros 30 minutos de confronto.
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Atlético-GO assusta no fim do 1º tempo
Apesar do domínio das ações do Flamengo ao longo da primeira etapa, o Atlético-GO se ajustou no fim da primeira etapa e gerou perigo. Os comandados de Umberto Louzer utilizaram seu 4-4-2 que variava a altura do bloco. Em alguns momentos subiam as linhas de marcação para incomodar a saída de bola, já em outros momentos baixavam para proteger melhor a profundidade.
A equipe goiana teve dificuldades para pressionar a 1ª fase de construção e não conseguiu encaixar transições ofensivas quando se defendia em bloco médio/baixo. Isso muito por conta da necessidade dos ponteiros Léo Pereira e Shaylon em muitos momentos se juntarem aos laterais Dudu e Jefferson para proteger os corredores laterais.
Apesar disso, o “Dragão” conseguiu nos últimos minutos da primeira etapa se defender com os ponteiros mais próximos do gol do Flamengo e encaixar alguns contra-ataques. Jorginho quase marcou, após mais um erro de Arão na abordagem na marcação. E o meia atleticano também quase marcou em uma bola mal rebatida por David Luiz, após escanteio. O primeiro tempo terminou de forma mais equilibrada.
Atlético-GO encontra em Léo Pereira o elo fraco para atacar o Flamengo e abre o placar
A segunda etapa iniciou com um Atlético-GO buscando reter mais a posse e atacar o Flamengo em ataque posicional. Nos momentos em que o Mengão se organizou defensivamente, a equipe voltou ao 4-4-2 utilizado contra o Sporting Cristal no Peru. Andreas Pereira e Bruno Henrique se alinharam a João Gomes e Thiago Maia no meio, enquanto Gabi e Arrascaeta sobravam na última linha.
Nessa formatação, Léo Pereira era o lateral-esquerdo da equipe sem bola. O zagueiro de ofício sofreu menos na primeira etapa muito por conta da postura mais conservadora do lateral-direito Dudu, que pouco apoiava Shaylon.
Porém nos 45 minutos finais, o Atlético buscou explorar mais o zagueiro improvisado no setor e passou gerar bastante volume pelo corredor lateral direito. Além da mudança goiana na forma de atacar, a dificuldade de Bruno Henrique em recompor pelo lado geravam muitas situações de superioridade numérica ou qualitativa de Dudu e Shaylon contra o zagueiro rubro-negro.
O jogo foi se igualando a cada minuto do segundo tempo tanto pelo maior volume ofensivo do Atlético-GO, como também pela maior dificuldade do Flamengo com bola. E aos 30 minutos, esse panorama se concretizou no primeiro gol da partida.
Após lançamento sem sucesso de Andreas para Gabi, o “Dragão entrou em uma rápida transição ofensiva. Dudu venceu o duelo contra Léo Pereira e cruzou para Wellington Rato livre na grande área abrir o placar. 1×0.
Pedro entra bem e Flamengo empata o placar
Com a desvantagem no placar, Paulo Sousa fez mudanças ousadas que fizeram o Flamengo retomar o volume ofensivo da primeira etapa. Everton Ribeiro já havia entrado no lugar de Thiago Maia pelo lado esquerdo antes do gol goiano. De modo que Andreas voltou a atuar na linha de volantes. Após o tento sofrido, Lázaro e Pedro entraram nos lugares de Matheuzinho e do próprio Andreas. Dessa forma, Everton Ribeiro foi recuado para linha dos volantes e o Mengão passou a ter um trio de ataque formado por Gabi, Pedro e Arrascaeta.
Com o camisa 21 em campo, o Flamengo passou a ter a profundidade para empurrar os zagueiros e ter uma opção de apoio mais próximo da grande área. Junto aos desmarques gerados por Gabi e Bruno Henrique, o Flamengo passou a sufocar o Atlético-GO.
Aos 39 minutos, o Flamengo chegou ao empate. Após cobrança de escanteio de Arrascaeta, Bruno Henrique subiu mais alto que todos os seus adversários e de cabeça testou no ângulo de Luan Polli.
Após o gol, o Flamengo teve três chances de virar o jogo. Pedro acertou o travessão, após receber na grande área. O chute foi desviado por Polli. O centroavante rubro-negro quase marcou de novo após cobrança de falta, mas desviou mal de cabeça o cruzamento de Arrascaeta.
Além disso, Gabi também teve a chance de marcar. Após João Gomes acionar Bruno Henrique em profundidade, o camisa 27 serviu o príncipe da Gávea na pequena área, porém o atacante foi interceptado. No fim, o Flamengo quase saiu derrotado. O atacante Léo Pereira acertou a trave, depois que foi acionado sozinho já aos 50 minutos do segundo tempo. Mas o jogo acabou empatado.
O que o Flamengo evoluiu contra o Atlético-GO?
Mesmo com os latentes problemas defensivos que ainda se apresentam na equipe, o Flamengo demonstrou evolução da execução das ideias de Paulo Sousa. Identificando com maior facilidade os companheiros livres na saída de bola e se coordenando com maior facilidade para chegar ao último terço.
A equipe voltou a caminhar progressivamente para o aperfeiçoamento do modelo de jogo do treinador português após três jogos muito abaixo das expectativas contra Fluminense e Sporting Cristal. Porém, o tempo de testes se encerrou com o fim do estadual e equipe precisará administrar a compreensão das ideias de Paulo Sousa com os resultados em campo.
SRN