Análise: Evoluindo ao longo do duelo, Flamengo é eficaz e vence o Corinthians
O Flamengo conquistou uma vitória maiúscula contra o Corinthians fora de casa e deu um passo importante para a classificação às semifinais da Libertadores. Num jogo duro, em que encontrou dificuldades, o Mengão foi eficiente e evoluiu ao longo do duelo.
Corinthians começa melhor, mas Flamengo aos poucos se encontra ao longo do 1º tempo
Partindo do plano tático inicial, o Corinthians buscou no início do jogo gerar incômodo à saída de bola rubro-negra com Du Queiroz mais próximo de Yuri Alberto. Desde o início, trabalhou bastante as inversões, de modo a encontrar um dos corredores laterais livre.
Inicialmente a proposta surtiu efeito e o alvinegro paulista foi superior ao Fla nos primeiros dez minutos. A pressão orientada e individualizada dificultou a circulação da bola rubro-negra, causando receio em Luiz e L. Pereira a forçar passes verticais.
Contudo, ao longo da primeira etapa o Flamengo foi se adaptando ao cenário adverso do jogo. Sem bola, a equipe não conseguiu executar de forma tão intensa a pressão na saída de bola corinthiana. Ainda assim, quase marcou em uma transição ofensiva.
Aos poucos, a equipe paulista baixou suas linhas, marcando em bloco médio A dupla de zagueiros do Fla ganhou confiança para acertar passes mais arriscados. Vera entrou mal no lugar de Maycon, sem cobrir com a mesma eficiência o corredor central.
Mesmo com a evolução de desempenho, o Flamengo seguia sendo incomodado pelo Corinthians. Buscando com frequência as infiltrações de Yuri Alberto e as já citadas inversões, Arrascaeta também teve boa oportunidade.
E nesse equilibro em campo, o Flamengo abriu o placar! Apesar do lance isolado, a dinâmica para acionar o setor ofensivo com a dupla de zaga foi a origem para a construção do gol. No pós-perda dessa dinâmica, Arrasca acertou um belo chute. Golaço! 1×0.
O primeiro tempo terminou com ambas as equipes executando suas ideias com bola, com o Flamengo levemente superior na partida.
Gabi pune mudanças ousadas do Corinthians e amplia o marcador
Vitor Pereira fez duas mudanças ousadas no início da segunda etapa: Giuliano e Roger Guedes entraram nos lugares de Cantillo e Adson. Vera foi recuado e Yuri Alberto passou a atuar pelo lado esquerdo do campo. As mudanças tiveram impacto positivo e negativo…
Ofensivamente, as alterações fizeram com que o Corinthians tivesse maior poder associativo na última linha de ataque, condicionado dinâmicas mais assertivas em último terço. Sem bola, expôs a equipe ao ataque do Mengão.
Nesse balanço o Fla marcou seu segundo gol! Rodinei se aproveitou das coberturas ruins realizadas pelo lado esquerdo e encontrou Gabi no mano a mano com Balbuena. O camisa 9 não desperdiçou sua única chance no jogo e marcou seu 28º gol em Libertadores. 2×0.
Necessitando de gols, o Corinthians se expôs ainda mais com bola. E o Flamengo não conseguiu lidar tão bem com isso. Pressão ineficiente do trio de frente fez com que o Rubro-Negro em alguns momentos defendesse com sete jogadores atrás da linha da bola.
Como resultado, o Corinthians conseguiu seu melhor momento no jogo, se aproveitando dos desmarques de apoio de Roger Guedes. A princípio centralizado, o atacante saía da área e se posicionava para receber livre para passar ou finalizar.
Mesmo sofrendo defensivamente, o Flamengo também criava oportunidades. No período após marcar o segundo gol, gerou perigo com as bolas paradas. Assim como tinha mais facilidade para sair com bola, dado a menor eficiência do Corinthians na pressão.
O jogo voltou a entrar num ritmo equilibrado. Com o Corinthians se aproveitando das dificuldades do Flamengo em pressionar a posse para entrar em último terço. Mas com péssima eficiência para concluir as chances criadas.
Vidal entra e o Flamengo se torna dominante
Após flertar com o perigo, o Flamengo enfim conseguiu ser absoluto com a entrada de Vidal. O volante chileno entrou na mesma posição de João Gomes, mas suas ações com e sem bola mudaram a rotação do jogo. O Mengão passou a reter posses mais longas e, além disso, “se defender” com a bola.
Enfrentando um adversário abatido física e mentalmente, os toques curtos e a ótima identificação de vantagens de Vidal fez com que o Flamengo ganhasse assim fluidez com a bola. A equipe chegou a criar oportunidades, mas faltou mais capricho próximo do gol.
Já no fim do jogo, Dorival Jr. fez três mudanças a fim de dar gás ao setor ofensivo. Assim, Lázaro, Victor Hugo e Cebolinha entraram em tese nas posições de Arrascaeta, Gabi e Pedro. Na prática, Cebolinha tinha comportamentos diferentes com bola, buscando o corredor lateral.
Nos últimos minutos, o Flamengo quase chegou ao terceiro gol em duas grandes oportunidades com o próprio Cebolinha e Victor Hugo, mas não conseguiu converter as chances criadas. Destaque para a participação de Rodinei em ambos os lances.
Balanço geral do confronto
No balanço geral do duelo, o Flamengo foi superior ao Corinthians e mereceu a vitória. Apesar de defensivamente a equipe não ter apresentado o mesmo desempenho dos últimos jogos com a equipe titular, com bola foi eficiente e gerou volume para marcar até mais vezes.
A empolgação e o peso de uma vitória tão importante precisam ser consideradas tanto a fim de avaliar os pontos positivos quanto os negativos da equipe em campo. É preciso contextualizar o ambiente para valorizar os acertos e minimizar os erros da equipe em campo.
A forma como a equipe dominou o Corinthians com bola em muitos momentos chamou a atenção de maneira muito positiva. Todavia, é possível apontar os problemas sem bola que podem ser corrigidos para os confrontos mais decisivos do ano.
Enfim, no geral o resultado e o desempenho precisa ser muito exaltado. O Flamengo assim caminha em busca de títulos e cada jogo se consolida como o principal candidato ao menos de vencer as competições eliminatórios. MENGO!!!