Análise Corinthians 0 x 0 Flamengo: maturidade garante final da Copa do Brasil após 76 minutos com um a menos
O Flamengo está em sua 10ª final de Copa do Brasil. Em jogo que ficou um total de 76 minutos com um a menos por expulsão de Bruno Henrique, o time Rubro-Negro soube se organizar muito bem, teve maturidade exemplar e mostrou que não esqueceu como se joga mata-mata ao empatar em 0 a 0 com o Corinthians em Itaquera e avançar pela vitória no Maracanã.
O jogo e consequentemente a análise foram condicionados pela expulsão de Bruno Henrique aos 27 minutos do primeiro tempo. Após tentativa de pressão corintiana e momento que parecia virar para o Fla, o atacante foi expulso e fez Filipe Luís mudar o time para um 5-3-1, com Arrascaeta mais avançado. A partir desse momento, a maior prioridade passou a ser manter a vantagem do empate.
➕ Ficha técnica e estatísticas: Corinthians 0x0 Flamengo – semifinal da Copa do Brasil
Fabrício Bruno entrou na vaga de Gabigol e, povoando a zona defensiva, o Fla foi eficiente em impedir as jogadas rivais pela zona central. O Corinthians criou boas chances com cruzamentos pela lateral, a melhor em cabeceio para fora de Charles, mas o Rubro-Negro mostrou que também poderia ser perigoso em contra-ataques.
A segunda etapa foi de um Corinthians que naturalmente criou chances, mas que também teve problemas pela boa organização rubro-negra e ótimas intervenções de Rossi. Com o passar o tempo, o nervosismo corintiano passou a jogar a favor do Flamengo, que aumentou o volume ofensivo e teve inclusive chance de vencer o jogo.
No fim, após 63 minutos mais acréscimos com um a menos mostrou um velho Flamengo que tem maturidade para jogar mata-mata e parecia perdido. O time se organizou bem com as mudanças de Filipe, segurou o Corinthians em sua casa a ponto do adversário ficar nervoso, ainda chegou ao ataque em diferentes oportunidades e sai de São Paulo com sua 10ª final de Copa do Brasil na história.
1º tempo Corinthians x Flamengo
O início de jogo foi de um Corinthians que tentava usar o fator casa para armar uma pressão ofensiva. A escalação dos dois pontas e aproximação das meias, aliás, gerou vantagem numérica no ataque. O Rubro-Negro até conseguiu diminuir o ímpeto rival por um breve período com gol de Alex Sandro, mas cabeceio após falta lateral foi anulado por impedimento.
A dificuldade rubro-negra estava principalmente em reter a posse de bola, seja tentando trocar passes desde a defesa ou em ligações diretas para os atacantes. Problema explicado pelos muitos erros de passe na construção e perdas de posse no setor ofensivo.
O jogo parecia virar para o Rubro-Negro aos 20 minutos. Bruno Henrique puxou contra-ataque, invadiu a área e finalizou travado por André Ramalho. Na sequência, Arrascaeta saiu em velocidade nas costas da defesa e foi puxado por Gustavo Henrique. Na cobrança, BH finalizou em Hugo Souza.
Foi então que o mesmo Bruno foi expulso por acertar a sola da chuteira na cabeça de Matheuzinho ao tentar pegar bola no alto. Filipe Luís colocou Fabrício Bruno na vaga de Gabigol, formou linha de cinco na zaga e deixou Arrascaeta como homem mais avançado.
Mudança que o fez o Flamengo conseguir segurar a pressão adversária. O time não deu espaços pelo meio, o Corinthians ameaçou apenas com jogadas laterais e cruzamentos. No ataque, algumas escapadas com Gerson, Arrascaeta e De La Cruz, somadas com ultrapassagens de Wesley, ajudaram o time a chegar no ataque. Mas nada de grande perigo e o primeiro tempo terminou 0 a 0.
Fica como destaque do primeiro tempo a rápida resposta de Filipe Luís e organização do time. Conseguir acertar as linhas de defesa foi fundamental para o time não deixar o Corinthians aproveitar os minutos logo após a expulsão.
2º tempo
Filipe promoveu mais uma mudança logo no intervalo visando aproveitar esses espaços para contra-ataques: Ayrton Lucas na vaga de Alex Sandro. Contudo, ainda que bem organizado em campo, o Fla viu o Corinthians pressionar na segunda etapa e contou com Rossi para seguir empatando nos primeiros 15 minutos.
O argentino primeiro fez intervenção em finalização de Charles. E pouco depois parou chute de Matheuzinho brilhou com ótima defesa novamente contra Charles. Do outro lado, as poucas respostas rubro-negras foram em ultrapassagens de Wesley.
A partir dos 20 minutos o Flamengo recuou e compactou ainda mais as linhas. Gerson e Alcaraz passaram a jogar quase alinhados com Pulgar na frente da linha de cinco na zaga. Isso impediu definidamente as jogadas por dentro e chutes de fora da área do Corinthians.
Aos 27 minutos, Daronco não considerou pênalti toque de mão de Garro após tentativa de passe de Gerson. O argentino estava com os braços abertos e na altura do peito, o que poderia configurar ação de bloqueio, mas o árbitro afirmou que não foi infração e o VAR mão recomendou revisão.
O Corinthians passou a demonstrar nervosismo conforme os minutos foram passando, o que aumentou consideravelmente os erros rivais, Em dado momento, o Flamengo tinha presença ofensiva e parecia ser o time com um a mais. Gerson, aliás, teve a chance do gol da vitória em finalização dentro da área.
Mas, no fim, o que valeu foi o jogo maduro e organizado feito pelo rubro-negro, as boas defesas de Rossi e a capacidade de identificar o momento que poderia até tentar ser mais ousado. Melhor no saldo de 180 minutos, o Mengão conquista uma justa classificação para as finais da Copa do Brasil.
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.