Análise: Como resolver os problemas defensivos do Fla?

24/04/2021, 12:00
gustavo henrique flamengo

O sistema defensivo do Flamengo tem sido um problema recorrente da equipe. E vem de muito tempo. Se engana quem acha que é uma dificuldade apenas de Rogério Ceni. Desde o período de Domènec à frente do time a defesa era, literalmente, uma “peneira”.

Com Ceni o problema se manteve. Se pensarmos em estrutura defensiva se agravou, já que o atual técnico mantém quatro jogadores com características de armação no meio-campo e joga com apenas um zagueiro de ofício. Encaixar uma forma sólida de se defender, em casos como este, é difícil e leva tempo. Tempo este, aliás, que não temos no futebol brasileiro, devido a um esdrúxulo calendário com mais de 80 jogos no ano.

No confronto contra o Vélez, pela estreia da Libertadores, Ceni fez algumas mudanças no sistema defensivo. A mais notória foi a marcação em um 4-1-3-2, conforme imagem abaixo. Diego ficou responsável por ficar entre as linhas de marcação para evitar que os argentinos tivessem esta faixa do campo para se movimentar, principalmente com a presença de Almada no setor.

Independentemente da marcação ser alta ou baixa, o Flamengo manteve o 4-1-3-2 como sistema de marcação do início ao fim da partida (Reprodução: SBT)

Outra mudança na maneira de marcar foi a troca entre Arrascaeta e Bruno Henrique. Até o confronto contra o Vélez, Arrasca fazia a primeira linha de marcação com Gabigol. Como tem um melhor preparo físico, Bruno Henrique ficava com a recomposição pela esquerda, auxiliando Filipe Luís na marcação por aquele setor. Na estreia da Liberta foi diferente. O uruguaio fez o lado e BH ficou próximo de Gabigol.

Arrascaeta (amarelo) responsável pela dobra de marcação com Filipe Luís pela esquerda. Já BH (vermelho), fez a primeira linha de marcação junto com Gabigol (Reprodução: SBT)

Ainda não há uma explicação para a mudança, até porque Ceni não foi questionado sobre isso na coletiva pós-jogo. É interessante notar que a troca traz alguns pontos de reflexão: deixar Arrasca fazer a “dobra” com Filipe Luís não expõe nosso lado esquerdo? BH naquele setor não ajuda, inclusive, na puxada de contra-ataque, como vimos durante 2019 e 2020? Arrasca, pela esquerda, não terá dificuldade de encontrar um bom passe na transição ofensiva?

São questionamentos que devemos ter em mente para analisar os próximos jogos. Agora, num time de Ceni, que prima por fazer “diferente” do habitual, esta pode ser mais mudança, a princípio, sem sentido, mas que pode dar resultado.

No vídeo abaixo, falamos mais sobre os problemas defensivos do Flamengo e quais mudanças devem ser feitas para resolver o problema. Assiste e deixe seu comentário. Aproveite para seguir o Tática Didática nas redes sociais: Twitter, Instagram e Facebook.


Partilha