Análise: Como o Flamengo goleou o Athletico-PR pela bola parada

16/08/2022, 10:08
Análise: Como o Flamengo goleuou o Athletico-PR pela bola parada?

O Flamengo goleou o Athletico-PR e assim alcançou sua maior vitória no confronto em toda a história. Ao contrário do duelo há três semanas, o time explorou de forma mais eficiente um aspecto muito impactante no jogo: a bola parada.

Confira a análise do último jogo: Análise: Como o Flamengo se adaptou para vencer o Corinthians?

Apesar das mudanças nas equipes, confronto começa com cenário parecido da Copa do Brasil

Passando pelo plano tático inicial, ambas as equipes vieram a campo de forma bem diferente do confronto pela Copa do Brasil. Além de utilizar equipes reservas, diferentes formações. O Fla B com seu 4-3-3 com Lázaro alternando as funções de “falso nove” e atacante de profundidade.

Por outro lado, a equipe paranaense abdicou dos três zagueiros e usou sua formação base da temporada: O 4-2-3-1. Mesmo com o desenho diferente em campo, as ideias com e sem bola são parecidas: Encaixes por setor (em especial no corredor lateral) bem como as bolas longas no ataque.

O jogo começou com o Mengão naturalmente buscando abrir o placar. Marcando forte a saída de bola do CAP, lateralizando bastante seu jogo com os ponteiros Marinho e Cebolinha. Atraindo os zagueiros adversários, Lázaro saia da para área a fim de gerar apoio.

Em organização defensiva, aliás, o Flamengo apresentou evolução em relação à vitória contra o São Paulo. Isso porque a dupla Marinho e Cebolinha cobriu melhor o corredor lateral e dificultou os ataques adversários por dentro. Com auxílio da linha defensiva, um bom jogo sem bola.

Flamengo finaliza bastante, mas não consegue furar defesa do Athletico-PR no primeiro tempo com bola rolando

Nesse sentido, o Flamengo rapidamente tomou conta das ações no jogo, iniciando sua construção contra um Athletico em bloco médio e mantendo a posse no campo de ataque. No entanto, sem tanta efetividade ofensiva, em especial pelo lado do campo.

Ainda assim, a equipe finalizou em bom volume e gerou certo perigo ao goleiro Anderson. Principalmente através das transições ofensivas, roubando a bola do Athletico no campo de defesa adversário e finalizando com rapidez e com os movimentos de Lázaro.

Mesmo com nove finalizações, o Flamengo não conseguiu furar a defesa do Athletico durante a primeira etapa. Como também com passar dos minutos, gerou volume ofensivo sem causar tanto perigo.

A principal chance do Mengão aconteceu numa bola parada. Após rápida cobrança de falta, Diego cruzou para Marinho dentro da área. O atacante acertou um cabeceio desequilibrado e a bola bateu trave. O primeiro tempo terminou com um Flamengo pouco efetivo.

O panorama inicial dos 45 minutos foi parecido. Apesar do susto de Ayrton Lucas após errar uma saída de bola, o Fla seguiu empurrando o Athletico em seu campo de defesa, mas não conseguia gerar finalizações que fossem de fato chances reais de gol. E aí o fator preponderante para a vitória do Mengão surge: a bola parada.

Flamengo goleia Athletico-PR explorando a bola parada

Em 12 minutos, o Flamengo marca quatro gols oriundos de escanteios. Explorando os problemas ofensivos e defensivos do Athletico-PR. Manipulando a tanto a proteção zonal, bem como individual do adversário.

No primeiro gol, Fabrício Bruno explorou muito bem a superioridade cinética gerada pela grande distância entre o bloco zonal defensivo do Athletico-PR no escanteio. Atacando o espaço sem nenhuma chance de intervenção para o zagueiro Nico Hernández. 1×0.

Após o tento sofrido, o Athletico voltou a subir seu bloco de marcação sem efetividade. Bola longa de Ayrton Lucas em Victor Hugo encontrou Cebolinha livre na entrada da área. Defesaça de Anderson.

Em seguida, o Flamengo marcou seu segundo gol de escanteio. Conforme a mesma dinâmica, Fabrício Bruno e Pablo tiveram liberdade para atacar um bloco distante. O zagueiro não perdoou, ampliando o placar. 2×0.

Três minutos depois, o Mais Querido marcou seu terceiro gol. Dessa vez após um escanteio do Atlhetico-PR. O bom domínio de Marinho condicionou um ótimo contra-ataque em superioridade numérica. Matheuzinho titubeou, mas Ayrton Lucas conferiu o rebote. 3×0.

Por fim, aos 22 minutos, Lázaro encerrou o período avassalador do Flamengo no jogo com o quarto gol. Reparem que o Athletico-PR mudou a forma de marcação no escanteio afim de corrigir os problemas defensivos, entretanto a ideia mais uma vez foi mal executada. 4×0.

Fla administra vitória e Pedro marca no fim

Após sacramentar a vitória em 12 minutos, o Flamengo somente teve o trabalho de controlar os minutos finais e rodar o elenco. Gabi, Pedro, Arrascaeta, Vidal e Vitinho entraram em campo para o delírio da torcida. A equipe passou a atuar numa espécie de 4-4-2 com o meia uruguaio mais próximo do camisa 21.

Nos acréscimos, Pedro marcou o quinto gol do jogo oriundo de escanteio. Manipulando o encaixe individual de Nico Hernández mais uma vez, o centroavante apareceu livre no segundo pau para dar números finais ao jogo. 5×0.

Goleada traduz desempenho das equipes em campo?

A superioridade do Flamengo ao longo dos 90 minutos contra o Athletico-PR é nítida e até incontestável, porém é possível dizer que o jogo se caminhava para uma rota muito difícil até os quatro gols com origem em bola parada em 12 minutos.

A superioridade do Flamengo ao longo dos 90 minutos contra o Atlhetico-PR é nítida e até incontestável. Porém, é possível dizer que o jogo se caminhava para uma rota muito difícil até os quatro gols com origem em bola parada em 12 minutos.

Isso em nada tira o valor da goleada, entretanto, é preciso pontuar a anormalidade que é um jogo ter cinco gols oriundos de bola parada (no caso para o mesmo time). As bolas paradas no futebol decidem jogos equilibrados, mas dificilmente condicionam goleadas como a do último domingo.

Enfim, apesar das dificuldades encontradas no primeiro tempo, o Flamengo encontrou uma solução de forma muito efetiva para golear seu rival. Mais uma alternativa para o arsenal já repleto de opções montado por Dorival Jr que cada dia mais precisa ter seu trabalho valorizado.


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