Não vem que não tem. Nem vem de garfo que hoje é dia de sopa, nem vem de escada que hoje o incêndio é no porão. Não vacila, seu mané de quatro patas, não dá uma de louco - que a gente sabe que o doutor não rasga dinheiro e não joga pedra em avião. Não vacila, que o papo agora é diferente.
Não vem de bobice, não avacalha com a gente, que a gente avacalha é mais, a gente passa é por cima, esfola a sua laia, bota sua cara no chão. Seu nome vira chacota, meme do twitter, vai rolar vergonha de sair de casa e até a mulher lhe rejeita. Até seu filho lhe vira o rosto, a mãe só que lhe perdoa, que mãe não faz consideração.
Aqui não tem palhaço, aqui é a gente ri é de piada honesta, não vem com grunhido de porca, não se espalhe no tapete, não mija na caneca, seja homem pela primeira vez, tenha honra, tenha vergonha nesta sua fuça de patife. Não se faça de virgem, que a gente lhe enfia um consolo de canhão.
E sorte a sua que o exército ainda não botou a farda, tá tudo de boa, aguardando o meio-dia, a gente aqui é de revolução, tem guilhotina, tem pipoca e muriçoca, é soldado, é legião, é artilharia, são 40 milhões, todo mundo já cansado, paciência no limite, só no aguardo do convite.
Trata a gente com carinho, do jeitinho de tratar quem é amigo, compartilhando o careta, emprestando isqueiro. Não vem que não tem, se tá com frio, corre logo pra coberta, se tá de graça, arranja emprego lá na Praça. Deixa de achar que é jornalista, que tá feio, tá ridículo.
O Rubro-Negro é um baita amigo, mas não mexe com a nega, não desafina o violão, larga de ser otário, antes que a gente lhe bote cortado, feito a Maria Bonita e o Lampião. Que agora acabou a sua farra: ou aprende sorrindo ou larga a escola. Deixa de achar que é jornalista, moleque, que tá feio, tá muito, mas muito feio.
Orra, é Mengo!
Paulista de Osasco, nascido em 1974, casado. Formado em Letras na USP, dramaturgo, profissional da área multimídia e servidor público federal. Rubro-negro desde 1980.