Acordo deixa Flamengo com só 28% de renda do jogo com Santos em Brasília
Forçado a transferir o jogo contra o Santos para Brasília por conta da final da Libertadores, o Flamengo foi derrotado em campo e também saiu perdendo fora das quatro linhas. É o que mostra o borderô com a divisão de renda da partida, enfim publicado nesta segunda-feira pela CBF.
De acordo com o documento, o Flamengo recebeu do Grupo Metrópoles, organizador da partida na Arena Mané Garrincha, uma cota fixa de R$ 2 milhões. Isso representa 28% da renda total da partida e 36% da renda líquida (de cerca de R$ 5,5 milhões).
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A Ferj também fez um acordo para aceitar a marcação da partida em Brasília e recebeu 10% da renda em vez dos 5% a que teria direito. Com isso, a federação embolsou R$ 677.949,98.
As despesas da partida foram de R$ 1.538,966,79. O restante (R$ 3.263.327,31) ficou para os organizadores do jogo. Ou seja, o equivalente a 59% da renda líquida e 45% da renda bruta, bem mais que o Flamengo.
Para efeito de comparação, o tíquete médio da partida foi de R$ 110. Deste valor pago pelos torcedores rubro-negros, em média apenas cerca de R$ 30 foram para o Flamengo, enquanto R$ 50 ficaram com os organizadores da partida.
Empresas de Brasília disputam gestão do Maracanã com Flamengo
Os números ganham mais significado se levado em conta que Grupo Metrópoles e a Arena BSB, concessionária do Mané Garrincha, já anunciaram que vão formar um consórcio para participar da licitação que concederá o Maracanã pelos próximos 20 anos. O Flamengo vai disputar a mesma concessão num consórcio com o Fluminense, mas estuda a possibilidade de ser inquilino do consórcio formado pelas empresas de Brasília.
Sem intermediários no Maracanã, o Flamengo, por exemplo, ficou com 43% da receita do último jogo no estádio, contra o Vasco, isso considerando apenas a bilheteria. Nos jogos no estádio, o clube ainda lucra com a venda de camarotes, a operação dos bares e acordos publicitários, receitas que não aparecem no borderô.
Ou seja, mesmo com os altos custos do Maracanã, que crescerão na concessão com as reformas que o clube terá que financiar no estádio, se o jogo em Brasília servia de test drive para uma eventual parceria entre Flamengo, Grupo Metrópoles e Arena BSB, as condições de divisão da renda precisarão melhorar muito em relação às aplicadas no jogo contra o Santos para que a troca compense.