A vitória da Democracia Rubro-Negra

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Atualizado: 15/05/2025, 16:52
Arte computadorizada mostra torcedores do Flamengo vibrando com bandeira da democratização do clube

essência do Flamengo reside indubitavelmente na sua Torcida. E a sua Torcida é a representação máxima da pluralidade de cores, da diversidade de homens e mulheres que se misturam e se juntam para reverenciar o Mais Querido.

Coluna da Marion Kaplan: Sobre a precificação dos ingressos 

Contudo, durante muito tempo, tempo demais, o Flamengo viveu um contraste entre um Clube de elite, localizado no bairro mais nobre do Rio, e uma torcida espalhada Brasil afora, mundo afora.

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No último dia 5, todavia, um grande passo foi dado para mudar esse cenário: o Conselho Deliberativo votou a favor de uma mudança estatutária, permitindo reuniões e  votações híbridas.

Ou seja, conselheiros e conselheiras que moram ou estão fora do Rio, podem agora assistir, participar e votar remotamente.

A proposta do grupo Flamengo sem Fronteiras é longínqua, e a emenda aprovada do conselheiro Bernardo Marques é resultado de uma luta de anos. 

Mas o que  representa concretamente essa votação, essa vitória?

Primeiramente significa não apenas a inclusão, mas também o reconhecimento daqueles que moram longe e não frequentam tanto o  Clube Social, mas anseiam em participar e ajudar o Flamengo.

Em segundo lugar, evidencia  que, finalmente, estamos no adequando às demandas da modernidade. Podemos perfeitamente reverenciar as tradições do Clube e, ao mesmo tempo, usufruir das inovações tecnológicas.

Festa torcida do Flamengo Maranhão

Finalmente, mesmo se a vida política ainda é muito restrita a uma mini fração da torcida, a aceitação por ampla maioria da participação remota é uma vitória da democracia rubro-negra. Pois, esse novo acesso para aqueles e aquelas que moram fora do Rio, e poderão atuar continuamente, significa o fim da velha política da Gávea e de práticas arcaicas muito nocivas para o Clube.

É quase impossível controlar e/ou prever comportamentos e ações de quem mora longe do Rio. A maioria não participa de grupos políticos e portanto, é mais independente. Acordos e convencimentos são mais difíceis de acontecer. E a pressão é quase inexistente.

Portanto, a participação e a  votação híbrida representam muito mais que uma adequação tecnológica e uma facilidade para colaborar remotamente.

É a expressão mesma da pluralidade da torcida. 

É a consolidação da inclusão.

É ao mesmo tempo a confirmação e a recuperação da essência democrática do Flamengo.

E sabemos que nada será como antes…

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Marion Konczyk Kaplan é conselheira do Clube de Regatas do Flamengo e presidente da Bancada Feminina do Conselho Deliberativo. Mestre em História pela Sorbonne Paris.
 
 

Marion Kaplan
Autor
Marion Konczyk Kaplan é conselheira do Clube de Regatas do Flamengo e presidente da Bancada Feminina do Conselho Deliberativo. Mestre em História pela Sorbonne Paris.