A Filosofia do Equilíbrio: entrevistamos o técnico Zé Ricardo
Depois da imponente vitória rubro-negra sobre o Resende, no último sábado (27-02), o técnico Zé Ricardo conversou com o Mundo Rubro Negro. O treinador campeão da Copa São Paulo de Juniores falou sobre: o início claudicante do Flamengo no Carioca Sub-20 e a perspectiva da equipe na competição estadual, o relaxamento natural do time após a árdua conquista da Copinha, a reformulação por qual a equipe está passando e o rodízio que tem sido feito na escalação do time.
Zé Ricardo falou primeiramente sobre situação rubro-negra no Campeonato Carioca. O Mais Querido iniciou a 7ª rodada da Taça Guanabara na décima colocação da tabela, a seis pontos do Vasco da Gama, último colocado do G4.
"Na verdade temos que pensar jogo a jogo. Mesmo com todas as modificações que existiram no início da competição, a reconstituição da equipe, natural, a gente não esperava perder quatro jogos em seis. Então não temos que pensar agora em classificação. São oito jogos pela frente e vinte quatro pontos em disputa, mas a gente não tem que pensar nesse total de pontos e, sim, nos três pontos seguintes. A partida do próximo final de semana que vem é contra o Bangu e temos que tentar subir cada vez mais na tabela. Se na parte final, nos últimos três e quatro jogos, ainda tivermos possibilidade de classificação, aí sim a gente faz uma nova meta."
Léo Duarte, Ronaldo e Felipe Vizeu foram integrados ao time profissional, obrigando Zé Ricardo a promover mudanças na base do time vitorioso da Copinha. Zé explicou a queda de rendimento da equipe.
"É uma reconstrução. Houve uma queda natural de rendimento após a conquista da Copa São Paulo, que foi uma conquista muito comemorada por todos nós e justamente porque foi uma conquista muito difícil onde todos trabalharam e lutaram bastante. A categoria de juniores é isso. Estamos renovando o tempo todo. É uma galera nova que está subindo do juvenil, outros que estão chegando, então é natural que haja uma oscilação até que todo mundo volte a jogar no mesmo nível que estávamos apresentando."
O Mengão teve uma sequência de cinco jogos fora de seus domínios, sendo o time com menos mandos de campo nas sete primeiras rodadas, dois apenas. O treinador estranhou a situação.
"Olha, é estranho você jogar cinco jogos fora direto, ainda mais sendo dois clássicos. Mas na categoria de formação não podemos ficar nos pegando a outros fatos. Temos que realmente passar por todos os adversários, fora ou dentro de casa. Não é normal você jogar cinco jogos fora. Mas de uma forma geral vamos jogar agora quatro jogos dentro, então houve um equilíbrio. De qualquer forma vamos tentar ser 100% nesses três jogos que temos em casa. Sabemos que não é fácil. São equipes difíceis que jogam com proposta de defender bastante, jogando às vezes ou por uma ou duas bolas. Nossa obrigação é tentar criar as oportunidades e aproveitá-las."
"Nosso trabalho é marcado por equilíbrio", afirma Zé Ricardo.
"Retornamos da Copa São Paulo e alguns atletas precisavam de um repouso, pois foram muito exigidos na parte energética. Foram nove jogos em vinte quatro dias, a gente necessitava dar isso, sob pena de perdermos alguns atletas mais pra frente. Temos uma equipe que subiu de juvenil boa, então optamos no início da competição em usar bastante os meninos que estavam subindo até mesmo para dar ritmo pra eles. A ideia era que pudéssemos pontuar mais, infelizmente não aconteceu. Mas nada de desespero, porque equilíbrio sempre. Na derrota e na vitória equilíbrio. Nosso trabalho é marcado por equilíbrio."
Sobre as constante mudanças na escalação do time titular, o treinador do Mais Querido falou com naturalidade.
"A questão do rodízio é natural. São jogos quarta e sábado, tem a questão das lesões, dos cartões, as vezes treinamos contra o profissional também, então a gente opta por usar alguns meninos a mais no profissional. Esse é o nosso papel na categoria de base. São meninos que estão sendo preparados para terem um clico dois ou três anos na categoria juniores e em algum momento eles têm que começar a jogar. Nada melhor do que o Campeonato Carioca."