Nesse 15 de novembro de 2015 o Flamengo chegou ao seu 120° aniversário com uma gestão extremamente elogiada pela administração e finanças, exemplo para os dirigentes do Brasil, porém o sucesso fora dos campos não se reflete dentro de campo, onde o Flamengo bate recordes negativos.
Se, por um lado, se preocuparam em lançar uma série de novidades no clube como nos programas de sócio-torcedor para mostrar ao eleitor que estão trabalhando, esqueceram-se das ações de marketing que poderiam realizar para transformar o amistoso festivo em um sucesso que se comunicasse com o que de melhor há na história do clube.
O Orlando City é um sucesso de público e tem uma enorme torcida no crescente futebol norte-americano, mesmo com um desempenho esportivo que não o permitiu se classificar para os playoffs. O amistoso, transmitido pelo canal oficial do Orlando City, seria uma grande oportunidade de expor a marca do clube para os americanos, mostrar a força da torcida e do manto sagrado em um mercado endinheirado e ávido por esporte.
Quais foram as estratégias de marketing para promover o amistoso? Quais foram as ações que o clube fez para tornar o jogo significativo e simbólico?
O Flamengo poderia ter selecionado jovens de escolas públicas da cidade do Rio de Janeiro e presenteado com ingressos para o setor de trás do gol, todo um setor para crianças e adolescentes que não podem pagar para ir a um jogo normal do clube. Nos demais setores, preços populares com arrecadação de doações, principalmente de água, para Mariana. O dia era de festa e não de arrecadar para pagar contas!
Mas ainda pior do que as arquibancadas vazias, foi o manto vazio de espírito de luta, de vontade de vencer, de reconhecimento do que é o Flamengo e do que significa vestir a camisa que primeiramente recebeu a alcunha de Manto Sagrado. Os 11 titulares que entraram em campo, os mesmos que bateram recordes negativos e enfrentarão o avassalador Santos da Vila, foram a campo com total displicência, apatia, uma falta de vontade que não passa nem perto do ânimo que dedicam às suas peladas.
Vejam bem, eu não estou aqui cobrando disciplina tática, jogadas de efeito, goleada, abismo técnico, ou qualquer coisa do gênero, até por saber que não seria em uma semana que veríamos resolvidos os problemas de 3 anos. A única coisa que eu esperava neste domingo era respeito ao lema: Raça, amor e paixão. A busca pela vitória independente de qualquer outra coisa.
Entraram em campo: Paulo Victor – Pará, César Martins, Wallace, Armero –Márcio Araújo, Jonas – Gabriel, Alan Patrick, Éverton – Kayke.
Assim como no amistoso contra a Ferroviária, vimos os jogadores trajados de soberba, desfilando em seus saltos altos, contra o time de uma liga ainda menor no cenário esportivo. E, da mesma forma como a Ferroviária foi ganhando confiança e terminou o 1° tempo pressionando, o fez o Orlando City que ainda teve um pênalti marcado a seu favor, porém perdido em cobrança malfeita e defesa de Paulo Victor.
A esperança era a de que no 2° tempo o time que entraria mostrasse vontade, sangue nos olhos e pudesse nos brindar com uma atuação emocionante como no amistoso anterior. No intervalo ainda fomos “surpreendidos” com uma boa entrevista de um jogador do Orlando City que fala português e mostrou mais conhecimento do Flamengo que a maioria dos jogadores do Campeonato Brasileiro, talvez até mais que o Oswaldo já que apontou problemas do time, como o espaçamento entre as linhas, como caminho para chegarem a vitória.
Para o 2° tempo o Flamengo veio com: César – Ayrton, Marcelo, Samir, Jajá –Luiz Antônio, Canteros – Paulinho, Matheus Sávio, Thiago Santos – Douglas Baggio.
Os jovens jogadores do time mostraram vontade, todos querendo demonstrar serem capazes de ter mais chances no time titular ou, quem sabe, conquistar uma vaga entre os titulares do time do Carioca. Porém, o destaque inicial para o bem e para o mal foi Canteros, que após virar 3ª opção no meio-campo, entrou com vontade até demais, fazendo faltas duras a ponto de ganhar um amarelo, “roubando bola” de companheiro e até finalizando para a lateral.
Contudo, lá pelos 15 minutos do 2° tempo, Canteros já estava mais calmo, o time se achando mais em campo e criando melhores jogadas de ataque, apesar de não resultarem em chances claras de gol. E, aos 24 minutos do 2° tempo, Thiago Santos sofreu falta na entrada da área, Luiz Antônio foi para a batida e encheu o pé para abrir o placar, coroando seu bom desempenho com o gol da partida.
Os 25 minutos seguintes foram melancólicos como o clima de chuva leve e estádio “vazio” com pouco mais de 12 pagantes na arquibancada. O Orlando City tentava criar chances de perigo dentro de suas limitações, explorando a avenida Ayrton, mas sem levar real perigo, enquanto o Flamengo parecia bastante satisfeito com o placar, criando pouco e tocando até demais no meio-campo.
As “surpresas” em campo ficaram por conta dos retornos de Armero e Ederson após longo tempo de ausência por lesões. Enquanto o lateral esquerdo jogou todo o 1° tempo dando muito espaço ao adversário e tentando produzir no ataque, mas sem muita assertividade, o meio-campista, que entrou no lugar de Matheus Sávio logo após o gol, mostrou muita falta de ritmo e pouco pôde mostrar com o resultado já definido e o time cozinhando o jogo.
Saudações Rubro-Negras e feliz 120 anos para o clube que todos amamos!