Jogador cresce nos últimos jogos, números impressionam e a exigente torcida começa a vislumbrar um grande jogador.
Por Thayna Torres
Um jogador que faz a diferença! Como se entrega em campo! Rei dos desarmes!
A primeira vista, parece que estão falando de algum astro do futebol que joga em um badalado time europeu, mas as frases como estas eram proferidas a um jogador brasileiro que atuava na série B do campeonato nacional: Jonas Gomes de Sousa, até então atleta do Sampaio Corrêa, foi apelidado pela torcida de “Schweinsteiger do Maranhão”.
Assim como o alemão, o volante brasileiro impressionou em campo por sua habilidade em fazer desarmes, tanto que foi o maior “ladrão de bolas” da série B de 2014, mas as comparações param por aí e as diferenças começam desde um crescer em meio à neve e o outro no calor do Piauí.
O próprio Jonas já fez questão de diferencia-los: “Sou o Jonas. Não tenho muito a ver com o Schweinsteiger, ele é um cara de nome; ainda estou conquistando meu espaço, mas é um carinho legal da torcida”.
Jonas, assim como a maioria dos jogadores brasileiros, enfrentou muitas dificuldades no começo da carreira, desde um contrato que valia uma moto até ter que capinar para poder ser liberado do Cerâmica-RS, um dos times que atuou sem muito sucesso. O jogo começou a virar quando foi contratado pelo time maranhense em 2013 para jogar a série C, sendo fundamental para o acesso e permanência do clube na Série B.
Com os elogios aparecendo aos montes, não demorou muito para o jogador virar alvo de grandes clubes brasileiros. Cruzeiro e Corinthians foram os primeiros a demonstrar interesse. Jonas até chegou a se pronunciar como atleta do time paulista, mas o contrato não se firmou, pois o Corinthians não quis! Não quis comprometer mais ainda seu orçamento. Isso fez com que o Flamengo entrasse forte na briga e logo acertasse o contrato com o volante.
Sexto reforço rubro-negro no ano, Jonas foi um dos nomes que mais agradou a torcida, tendo em vista o custo beneficio (fala-se em 1 milhão de reais por 70 % do direito do jogador). Porém, logo no primeiro clássico que enfrentou, contra o Vasco da Gama, o meia deu uma entrada forte no atacante vascaíno Gilberto, e levou um cartão amarelo que para muitos era pra ser vermelho. O lance acabou gerando uma certa apreensão por parte dos torcedores e da comissão técnica, na época liderada por Vanderlei Luxemburgo, deixando-o como reserva em algumas partidas.
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Se em um clássico ele deixou uma má impressão, em outro fez questão de desfazê-la, marcando um lindo gol de fora da área na vitória contra o Fluminense, pelo campeonato carioca; e ao que parece esse gol não foi mera sorte: o primeiro gol da carreira de Jonas foi da mesma forma, quando jogava pelo Comercial.
Foi o único gol marcado por ele até aqui com a camisa do Flamengo, mas no que é especialista – desarmar o adversário- vem demonstrando que não foi elogiado à toa. Em 04 jogos, foram 20 desarmes certo, tendo mais de 80 % de aproveitamento nas roubadas de bola e nos passes. As fortes divididas que tanto preocupavam estão sendo amenizadas, tendo o jogador uma média de 1,8 faltas por partida.
Jonas ainda não sabe se é titular devido ao desfalque de Cáceres que está disputando a Copa América pela seleção paraguaia, entretanto vem agradando pelas boas atuações. No último jogo disputado pelo campeonato brasileiro, vitória contra a Chapecoense, foi um dos destaques, marcando apenas 1 falta (leve) e 3 finalizações. O que resta é torcer para que o jogador continue nesse ritmo e ajude a garantir a segunda vitória do Flamengo no próximo jogo, quando irá enfrentar o Coritiba, fora de casa.
Expectativa de grande jogador ele já tem, trouxe com ele, mas é preciso a tão citada regularidade para que o jogador faça sua história no clube. A torcida com certeza almeja que o volante deixe de ser apenas o “Schweinsteiger do Maranhão” e se torne o “Jonas do Flamengo”.
@MRN_CRF