5 promessas de campanha de Ricardo Lomba, novo presidente do Conselho Deliberativo do Flamengo
Ricardo Lomba foi eleito presidente do Conselho Deliberativo (CoDe) do Flamengo na última segunda-feira (16), em eleição na Gávea. Em disputa com Álvaro Ferreira, da chapa "Sou Flamengo", o dirigente conseguiu 943 dos 1.120 votos e derrotou o adversário, que não passou de 171. Ele é apoiado por Luiz Eduardo Baptista, o Bap, que vai assumir a presidência do Rubro-Negro em 2025.
Com a eleição de Lomba consumada, o MundoBola Flamengo destaca algumas das promessas feitas pelo novo presidente do Conselho Deliberativo. Entre outras atribuições, o CoDe analisa e aprova — ou rejeita — contratos de patrocínios, transferências, mudanças na camisa e no Estatuto, além de procedimentos eleitorais e outras definições internas.
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Reforma do Estatuto
O principal ponto na candidatura de Lomba é a reforma do Estatuto do Flamengo, em plano que casa com o que Bap planeja para a gestão do clube. A ideia do presidente é reduzir o número de vice-presidências e esvaziar cargos amadores, tornando o clube profissional no maior número possível de áreas.
Para isso, Bap precisa submeter uma proposta ao Conselho Deliberativo, que aprecia e vota as mudanças. Com Lomba no comando, a aprovação do projeto fica mais próxima, algo já confirmado por Luiz Eduardo Baptista nos dias anteriores ao pleito do CoDe.
"O Estatuto do Flamengo foi elaborado em 1992 e já passou por diversas emendas. Substituir por um novo não é tarefa simples, nem imediata. Então, existem mudanças urgentes que podem antecipar alterações. O clube precisa caminhar para o profissionalismo. Ao CoDe, precisa ser encaminhada uma proposta para adequar estrutura e papéis do Conselho Diretor ao tipo de governança proposta do Plano de Governo do presidente Bap, recém-eleito", explicou Lomba de forma exclusiva ao MundoBola.
Profissionalismo como Lei
Tornar o clube profissional nos próximos anos é uma meta de Lomba e Bap, mas não apenas isso. A intenção de Ricardo é fazer do profissionalismo uma Lei do Flamengo para o futuro, norteando também as gestões que ainda virão. Para isso, o próprio regimento interno do clube precisa prever o profissionalismo como algo obrigatório.
"O Flamengo tem que seguir avançando, com governança reforçada, com poderes independentes, com pesos e contrapesos bem definidos e principalmente com um clube democrático tocado de forma profissional, não só como opção, mas como obrigação estatutária. Precisamos escrever em pedra o que José Bastos Padilha iniciou, o que a transformação das finanças e a gestão do clube iniciou, mas ainda ficou para trás. Isso não pode mais ser uma escolha, mas um pilar do clube", explicou.
Modernização do CoDe
Dentro do próprio Conselho Deliberativo, Lomba também planeja executar algumas mudanças. As principais passam pela modernização da estrutura, que já contou com reuniões híbridas e realiza votações eletrônicas. A disponibilização de documentos, porém, só acontece de forma presencial — e representa um dos tópicos que Ricardo pretende mudar.
"Temos visto tentativas de melhorar a dinâmica das reuniões, com votações eletrônicas sendo conduzidas, mas ainda temos um conselho em que poucos conselheiros conseguem ter acesso com antecedência aos documentos avaliados nas reuniões. Isso por termos documentos somente disponíveis de forma presencial. Isso não combina com um mundo digital, em que reuniões híbridas, já testadas até no clube durante a pandemia, são a realidade das relações de trabalho e de governança de empresas de faturamento do porte do nosso", disse Lomba.
Mudanças no processo eleitoral
As recentes judicializações durante as eleições também incomodam Lomba. Segundo ele, é um sinal de que os processos não são "claros e seguros o suficiente". O novo presidente do CoDe, inclusive, citou a evolução das regras eleitorais como um dos três principais itens que deseja mudar no Flamengo.
"Também temos que discutir como se dá o processo eleitoral, melhor sinal de que algo em nossa governança interna e regras não estão claras e seguras o suficiente é a sucessão de casos de judicialização de eleições no clube. Aqui não faço uma crítica a um cidadão ou grupo de cidadãos buscarem a Justiça, mas um indicativo de regra antiga é todo momento haver disputa na Justiça, isso aqui é Flamengo, meus caros", analisou.
Estádio
O estádio do Flamengo também foi um tema debatido por Lomba recentemente. Para ele, há a necessidade de obter mais informações sobre o projeto, principalmente em relação ao terreno comprado pelo clube no Gasômetro. Ricardo afirmou que a aprovação aconteceu "na empolgação", mas também crê na importância da arena para o futuro rubro-negro.
"A compra do terreno pode ser analisada por duas óticas. Primeiro, a do torcedor apaixonado. É espetacular. Era tudo que a gente queria. Como vai votar contra isso? Mas o dirigente tem que ter um pouco mais de cuidado na análise. Houve uma precipitação. Havia um momento político do governo do Estado do Rio e uma campanha para presidente do Flamengo. Essas duas coisas se uniram. Aí, aprova de qualquer maneira, porque isso é voto certo. Mas você atropela uma série de questões que foram ignoradas", destacou.
"A gente não sabe o que tem pela frente. É claro que a gente quer o estádio, o terreno, mas o que estamos comprando? O que precisa fazer para construir? Essa história de descontaminação: o que é isso? Como é o projeto? É uma série de detalhes que a gente não sabe. Não estou julgando a gestão que se encerra no dia 31. Mas nós, conselheiros, ninguém sabe nada. Sem medo de errar: aprovamos na empolgação. Acho que valia o risco. Porém, vamos ver o tamanho do risco a partir do dia 2 de janeiro", afirmou.
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— Mundo Rubro Negro - Notícias do Flamengo (@MRN_CRF) December 13, 2024