5 anos da Tragédia no Ninho: como está o julgamento

08/02/2024, 16:02
Bandeira e mais 7 são réus por incêndio culposo qualificado; julgamento por tragédia do Ninho só começou em 2023 e não tem data para terminar

Cinco anos após a Tragédia no Ninho do Urubu, nenhuma pessoa foi condenada ou presa por responsabilidade no incêndio que matou dez adolescentes no Centro de Treinamento do Flamengo. Um processo criminal com oito réus está em andamento na 36ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.

Quem são os réus em julgamento da Tragédia do Ninho

  • Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo e deputado federal
  • Márcio Garotti, diretor financeiro do Flamengo entre 2017 e 2020
  • Marcelo Maia de Sá, engenheiro e diretor-adjunto de Patrimônio do Flamengo
  • Danilo Duarte, engenheiro responsável técnico dos contêineres da NHJ
  • Fábio Hilário da Silva, engenheiro responsável técnico dos contêineres da NHJ
  • Weslley Gimenes, engenheiro responsável técnico dos contêineres da NHJ
  • Claudia Pereira Rodrigues, responsável pela assinatura dos contratos da NHJ
  • Edson Colman, sócio da Colman Refrigeração, que realizava manutenção nos aparelhos de ar-condicionado

: Prazo para punir responsáveis por tragédia do Ninho prescreve no Flamengo

O andamento do processo até aqui

As investigações da Polícia Civil foram inicialmente concluídas em 11 de junho de 2019, indiciando Eduardo Bandeira de Mello e sete outras pessoas por homicídio com dolo eventual. O MP devolveu o inquérito à Polícia duas vezes pedindo novas diligências.

Em janeiro de 2021, o Ministério Público apresentou denúncia contra 11 pessoas por incêndio culposo qualificado com resultado de morte e lesão grave, ou seja, um crime muito menos grave do que o inicialmente apontado pela Polícia Civil. A pena máxima em caso de condenação é de quatro anos de prisão.

Em maio de 2021, o juiz Marcos Augusto Ramos Peixoto absolveu sumariamente o monitor Marcus Vinícius Medeiros, um dos denunciados pelo MP, considerando que ele cumpria ordens superiores ao se ausentar dos contêineres e não teria como impedir o acidente.

O juiz também rejeitou as denúncias do MP contra Carlos Noval, ex-diretor da base, e Luiz Felipe Pondé, ex-engenheiro do clube. Ele entendeu que os dois não exerciam mais as funções a eles atribuídas quando o incêndio aconteceu e o MP não apontou a responsabilidade que eles teriam na tragédia.

Ao aceitar a denúncia, porém, o juiz lamentou que os atuais dirigentes do clube também não tivessem sido denunciados.

Após recursos do MP e dos advogados dos réus, a primeira audiência do processo só aconteceu em agosto do ano passado para ouvir 21 testemunhas. O julgamento da Tragédia do Ninho segue em andamento sem data prevista de conclusão.


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Lucas Tinôco
Autor

Acima de tudo Rubro-Negro. Sou baiano, tenho 28 anos e cursei Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Além do MRN, trabalhei durante muito tempo como ap...