23 de Novembro ficou marcado na história rubro-negra

23/11/2020, 16:48
23 de novembro

Nem a vitória parcial do River tirou a certeza de que aquele dia seria abençoado, afinal foi no mesmo dia 23 de novembro

Rhonda Byrne (2006) escreveu um livro intitulado “O Segredo”, o qual discorre sobre a correlação entre a lei da atração e o poder do pensamento. A lei da atração pode ser resumida como a concretização no mundo dos fatos dos pensamentos e energias que almejamos, ou seja, se acreditamos em alguma coisa, e acreditamos que é possível concretizá-la, vamos conseguir alcançá-la.

De outro lado, os torcedores de futebol são, em geral, supersticiosos, propensos a acreditarem no improvável, mesmo quando tudo conspira contra. A racionalidade, muitas vezes, passa distante. Dessa forma, se fôssemos aplicar ao extremo a lei da atração em um confronto de futebol, em tese, a força do pensamento dos torcedores se anulariam.

Do mesmo autor: Mister, você ficou marcado na nossa história!

Contudo, quando essa força forma uma simbiose entre torcedores e jogadores a energia se fortalece, aumentando a sua intensidade. Inclusive, Annie Besant e W. Leadbeater explicam sobre a intensidade do pensamento no livro “Formas de Pensamento”: “O que nem todos sabem, porém, é que os pensamentos são “coisas” no mundo oculto; isto é, além de ser uma força, produzem definidas formas mentais, com cores próprias, segundo a natureza do pensamento, e com a duração proporcional à intensidade.”

Sob os auspícios e as bênçãos de “pacha mama” e “pacha papa”, a nação rubro-negra evocou as energias de Machu Picchu para empurrar o time em Lima. Imagem: Divulgação

E foi essa força que jogou junto com o time do Flamengo em 2019, principalmente na libertadores, desde a classificação contra o Emelec, e principalmente após os 2 a 0 sobre o Internacional, todos já estavam com o pensamento voltado para Santiago, depois Lima.

A vitória acachapante sobre o Grêmio só fez reforçar esse sentimento, o qual fluía de forma espontânea e convicta nos dias que antecederam a derradeira partida.
E o Peru foi o palco ideal para acolher esse pensamento. Sob os auspícios e as bênçãos de “pacha mama” e “pacha papa”, a nação rubro-negra evocou as energias de Machu Picchu para empurrar o time em Lima.

Nem a vitória parcial do River tirou a certeza de que aquele dia seria abençoado, afinal foi no mesmo dia 23 de novembro, mas em 1981, que o Flamengo havia conquistado a América pela primeira vez. A data já estava marcada na história rubro-negra e sua simbologia, por si só, já predizia o inevitável.

A imagem de Gualhardo pedindo para a torcida do River cantar, tentando tirar seu time da pressão rubro-negra, veio no mesmo momento que Bruno Henrique avança pela esquerda, culminando com o gol de empate de Gabigol, provocando uma confusão de sentimentos, entre choros, risos e gritos. A tensão foi eliminada, dando lugar à certeza de que Flamengo, enfim, conquistaria a Libertadores novamente.

A explosão do segundo gol foi sem precedentes na história do Mais Querido, afinal não havia rubro-negro que não estivesse ligado no jogo, seja no estádio, vendo na TV, ouvindo no rádio ou acompanhando pela internet. O ressonar dessa vozes irradiou de Lima até o Brasil, passando por diversos outros países do globo, quiçá da galáxia.
A glória eterna carimbou mais uma estrela no manto sagrado, determinando que o dia 23 de novembro ficará para sempre marcado na história rubro-negra.

Allan Titonelli é coautor do livro 19 81: Ficou Marcado na História. Compre aqui: https://amzn.to/3nQSneB


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Allan Titonelli
Autor

Allan Titonelli é rubro-negro, amante do futebol, gosta de jogar uma pelada, assistir partidas, resenhas esportivas ou debater com os amigos sobre “o velho e violento esporte bretão”. Escreveu, ao lado de Daniel Giotti, o livro “19 81 – Ficou Marcado n...