20 anos do tri: Reinaldo revela bastidores de 2001 e como Zagallo uniu os desafetos Edílson e Petkovic
MRN Informação | Bruno Guedes – Era para ter dado tudo errado. Salários atrasados, briga de egos e um time desunido. Mas tinha Zagallo à frente da equipe do Flamengo. Em entrevista aos canais ESPN nesta quinta-feira, 27, o ex-atacante Reinaldo, que fez parte das três finais do Estadual entre 1999 e 2001, revelou bastidores da conquista do tri. De acordo com ele, o técnico foi fundamental e teria pedido união a Petkovic e Edilson: “Vamos nos unir. Esse time é bom pra c…”.
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Completando 20 anos e símbolo de uma época onde o Vasco dominava o futebol nacional, a conquista do tricampeonato sobre o maior rival ganhou dimensões que poucos títulos alcançam. Entretanto, segundo Reinaldo, nada daquilo teria acontecido sem o velho Mário Jorge Lobo Zagallo.
Segundo o ex-atacante, que foi formado nas categorias de base do Flamengo, o grupo estava rachado. Após muitos problemas externos, as dificuldades também chegaram ao elenco com Petkovic e Edilson. Mas o treinador tentou administrar com sua experiência de mais de 50 anos de futebol. De acordo com o ex-jogador, Zagallo puxou o grupo durante a semana de treinamentos pela confiança. Mas não apenas na parte do campo, também psicológica:
“O Zagallo, com toda a experiência, falou: ‘Chegou a hora de parar com vaidade. Vamos jogar em prol dos 35 milhões de torcedores do Flamengo. Nos unir como uma família e vamos ser tricampeões no Maracanã. Vamos fazer uma p… semana de treinamento aqui, e eu acredito. Já passei por muitas adversidades na minha carreira e consegui reverter. Eu confio em vocês. Esse time é bom pra c…! Petkovic e Edílson são as nossas referências e tenho certeza que vão decidir para a gente’”, recorda Reinaldo.
Grupo rachado, experiência de Zagallo em campo e Petkovic herói
Reinaldo confirmou as especulações da época. Segundo os relatos, o grupo do Flamengo em 2001 estava rachado. Além dos problemas financeiros, a vaidade entre as estrelas quase botou tudo a perder. Mas como cita o ex-jogador, Zagallo soube trabalhar o vestiário também:
“Na semana do jogo de volta entrou o dedo do mestre Zagallo. A gente não estava muito bem de relacionamento: Pet, Edílson e pratas da casa. O grupo estava meio que rachado”, relembrou o cria da Gávea.
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E parecia ter funcionado. No dia do jogo, o Flamengo logo se impôs. Mas ainda era insuficiente. Após irem para o intervalo empatando em 1 a 1, o que dava o título para o Vasco, o clima mudou completamente. De acordo com Reinaldo, saíram os egos e entraram os craques:
“No intervalo a gente estava um pouco inseguro, mas no vestiário o Petkovic, o Edílson e os cara mais experientes bateram no peito: ‘Vamos voltar, agora é tudo ou nada. Temos 45 minutos para fazermos dois gols e vamos ser campeões. Corre pra gente e joga a bola pra gente que vamos decidir’. Mas a gente viu que os caras acreditavam e a torcida também, aquilo nos inflamou”, contou.
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O Flamengo abriu 2 a 1 com 10 minutos de jogo, mas não conseguia ampliar. Foi então que aos 43 do segundo tempo, Petkovic cobrou a famosa falta que deu o tricampeonato ao time:
“Esse título é um dos mais importantes da história do clube. Aquilo ali ainda está marcado na minha memória não vai sair nunca mais. Momento inesquecível para todo mundo”, finalizou.
Jornalista e Historiador, é apaixonado por futebol bem jogado. Já atuou na Rádio Roquette Pinto e como colunista no Goal.com. Siga no Twitter: @EuBrguedes