Por Gerrinson. R. de Andrade (Twitter: @GerriRodrian) - Do Blog Orra, é Mengo!
O Dia do Penta é uma importante data comemorativa
no calendário de todo humano-mengo.
Dia de celebrar, fazer churrasco, convidar amigos,
trocar presentes, tomar cerveja e refrigerante,
de botar a bandeira na janela, ouvir hino e cantar junto.
Dia de refletir sobre o significado desta conquista em 19 de julho de 1992,
hora de pensar profundo na história que a gente tem.
Quem não viveu, quem era jovem ou nem nascido,
ou pra quem é lerdo de memória, entenda:
depois de toda a era Zico,
depois de toda a festa, depois do auge,
já vivíamos um pouco da angústia
aquilo que vem após vivenciarmos um êxtase.
Todo rubro-negro ainda na fartura, barriga cheia,
nem muito preocupado andava
e, de repente, a coisa foi fluindo, como um bônus,
um título conquistado com raça e categoria,
superação de todo tipo,
o talento de um dos grandes jogadores da história,
Junior.
Tivemos esse tipo de vitória que vem quando todos já desacreditam,
quando dizem "agora vc está ultrapassado", quando dizem "agora vc já era".
Sempre em 19 de julho, fechar os olhos e pensar:
nós sempre podemos nos superar se nos mantivermos humildes.
Aqui o velho é mestre,
aqui a molecada vem brilhante,
aqui o futebol se renova,
aqui a gente vence um Brasileiro sem Zico, vai continuar vencendo.
O título de 1992 foi aquele que carimbou sobre o carimbo,
possivelmente o auge moral/na moral do Flamengo,
um título que foi um "calem a boca, putas".
A maior torcida, disparadamente,
naqueles tempos vivia em grande realeza.
Mas em toda realeza, tragédias transformam,
como a tragédia do mesmo 19 de julho,
dos piores segundos da história do futebol,
torcedores mortos, muitos feridos,
e a outra, a tragédia rubro-negra
conquistada pela vitória, em forma de pedantismo.
Flamengo pagou preço pela arrogância,
desprezou seus talentos, sucumbiu diante do mercado,
a má administração desperdiçou gerações,
permitiu um faz de conta de time.
Era o resultado,
a lição que poucos aprendem,
que time poderia ter tido
e não teve, quantos títulos não disputados.
E foi preciso esperar por anos,
o gênio de Adriano, o Imperador
para conquistar o Hexa.
Por isso
refletir em todo 19 de julho
martelando na cabeça:
mesmo o maior de todos, o mais talentoso e sortudo,
mesmo o maior precisa saber resgatar a humildade perdida.
Por isso
celebrar 19 de julho,
com respeito aos falecidos e feridos no desabamento,
com saudade do futebol do Junior,
com gratidão aos jogadores,
com veneração ao mestre Carlinhos.
1 minuto de silêncio é pouco
para um tão significativo 19 de julho,
o dia de se sentir gigante,
mas com os dois pés equilibrados pela humildade.
Um bom 19 de julho, rubro-negros.
Orra, é Mengo!
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Paulista de Osasco, nascido em 1974, casado. Formado em Letras na USP, dramaturgo, profissional da área multimídia e servidor público federal. Rubro-negro desde 1980.