1989-1990: paralelos que a história rubro-negra insiste em querer ensinar
1989 – 1
Prelúdio
O time do primeiro semestre não existe mais. A equipe de Telê, que encantou o país e perdeu a taça, vive um processo de desmanche. O lateral Jorginho, após cerrada insistência e sistemáticas declarações aos jornais, enfim consegue sua transferência ao exterior. Vai jogar no B.Leverkusen-ALE. Aldair, cujo nível de atuações lhe valeu inédita convocação à Seleção Brasileira, é negociado com o Benfica-POR. O rival dos encarnados, o Porto-POR, não deixa por menos e leva seu colega de zaga, o sólido Zé Carlos II, que enfim se tornara o dono da camisa 4 do rubro-negro. Outros coadjuvantes, como o meia Renato Carioca e o atacante Sérgio Araújo, também perdem espaço. Mas a saída mais traumática para o torcedor flamengo é a de seu camisa 9, Bebeto, que, vivendo, até então, o ápice da carreira, é o melhor jogador brasileiro em atividade no país. O Baianinho recebe sondagens e propostas de clubes como Roma, Olympique e Bayern Munique (que é o maior interessado), mas, após uma sucessão de acontecimentos em que a diretoria do Flamengo demonstra inacreditável falta de habilidade para lidar com o desejo do jogador (e de seu procurador) em se transferir, o rubro-negro “consegue” perder o atleta para o Vasco, ocasionando um trauma sem precedentes na década que está por se findar. Enfurecidos, torcedores fazem violento protesto na Gávea durante uma partida contra o Paysandu, pela Copa do Brasil, que redunda em um princípio de incêndio que por pouco não assume proporções trágicas. Para piorar, dias depois o time é eliminado de forma humilhante da Copa do Brasil, ao sofrer uma das piores goleadas de sua história em Porto Alegre (1-6 Grêmio). O clima é o pior possível.
Ainda há seis meses por jogar. Mas o ano está terminado.
Com o dinheiro das negociações, a diretoria corre para tentar estancar a hemorragia em sua credibilidade. Repatria os ex-ídolos Júnior (que volta ao País para se aposentar em seu clube de coração) e Renato Gaúcho (com o prestígio carbonizado após desastrosa passagem pela Roma-ITA). Começa a disputar jogadores com o Vasco e ganha uma queda de braço pelo razoável zagueiro Fernando, que se destacara no cruzmaltino e estava radicado no futebol português. Traz do Botafogo o lateral-direito Josimar, destaque na Copa-1986, que após um período ruim parece ter recuperado seu futebol no Estadual, onde foi um dos principais destaques do título alvinegro. Contrata o experiente e limitado zagueiro Márcio Rossini. Consegue tirar do Goiás o habilidoso volante Uidemar (que é recebido com ironia no Rio, por conta do nome estranho). Aposta no centroavante Nando, ex-Bangu. E, como joia da coroa, elege o jogador que será o substituto de Bebeto. O meia-atacante Claudio Borghi, campeão mundial pela Seleção Argentina e com passagens vitoriosas em clubes como o Milan-ITA. Borghi é recebido no Galeão como celebridade, com fogos, cânticos e muita festa, numa manifestação desproporcional que demonstra o profundo nível de carência da massa rubro-negra. O Flamengo está enfermo.
Zé Carlos, Josimar, Márcio Rossini, Fernando e Leonardo; Uidemar, Júnior e Borghi; Renato Gaúcho, Nando e Zinho
Com esse time-base, o Flamengo inicia a disputa do Brasileiro. A diretoria ainda tenta convencer Zico a participar do torneio, que será seu último com a camisa do Flamengo. Mas o Galinho, receoso de sua condição física, prefere jogar apenas a Supercopa. E é com esse arranjo que o segundo semestre se inicia.
No que deu
A campanha do Flamengo no Brasileiro é um reflexo do péssimo momento dentro e fora das quatro linhas. O time, repleto de forasteiros, não encaixa. Telê Santana tenta usar um esquema de três zagueiros. Não dá certo, muda de ideia. Mas, sem contar com o tempo e a paciência outrora disponíveis, naufraga no primeiro revés. Após uma derrota para o Corinthians (0-1), o velho treinador é demitido (a gota d’água é a substituição do desafeto Renato, que sai de campo xingando). Poucas rodadas mais tarde, o Flamengo contrata Valdir Espinoza que, após ligeira melhora, também não consegue fazer a equipe funcionar.
No blog: Aspectos a serem considerados de uma temporada envolta em incertezas
Os reforços não dão liga. Renato, após arrumar confusão com Telê, não consegue entrar em forma e se lesiona. Márcio Rossini logo impressiona o torcedor, dado o apreço que demonstra pela prática de danificar canelas e tornozelos adversários. Nando até marca alguns gols, mas é lento e pouco vibrante. Josimar em nenhum momento reedita o futebol que o tornou conhecido. Ademais, volta a se envolver em pesadas confusões extracampo. Fernando mostra alguma capacidade, mas em nível inferior ao da dupla de zaga do primeiro semestre. Apenas Uidemar (o menos badalado dos reforços) surpreende pela personalidade e alto nível técnico, e Júnior, que rapidamente se torna o ponto de equilíbrio de um time com vários problemas, dizem a que vieram.
O caso de Borghi é emblemático. Gordo, encrenqueiro e desmotivado, atua 50 minutos em sua estreia. Depois, aparece com uma lesão que logo se descobre crônica. Alega estar “inadaptado” ao Rio. Queixa-se de estar treinando “na posição errada”. Começa a faltar treinos. Briga com companheiros. E, em poucos meses, já está fora dos planos do clube. Passa a treinar em separado. Um mico colossal, já faz o Flamengo se empenhar em tentar devolvê-lo com apenas seis meses de empréstimo, metade do tempo previsto.
A boa notícia é Zico. O Flamengo é eliminado precocemente da Supercopa e o Galinho é convencido a participar do Brasileiro. Com o “Camisa 10 da Gávea” o rubro-negro melhora na competição. Espinosa, impaciente com o péssimo desempenho dos reforços, promove jogadores da base, como os atacantes Luís Carlos e Bujica. Volta a dar chances ao irrequieto ponta Alcindo. E, com um time “desfigurado”, vai enfrentar o favorito Vasco, que montara uma seleção, com jogadores qualificados em todas as posições.
Zé Carlos, Josimar, Júnior (improvisado na zaga), Fernando, Leonardo; Aílton, Zico, Zinho; Alcindo, Bujica, Luís Carlos.
Com esse time, que conta com apenas TRÊS das contratações do meio do ano, o Flamengo não toma conhecimento do Vasco de Bebeto. Vence por 2-0, com dois gols do improvável Bujica, num Maracanã engalanado, em placar que se mostra até barato, tal o volume de jogo rubro-negro. É o grande momento do Flamengo na temporada. A vitória volta a colocar um sorriso na cara do torcedor. Anabolizado, o time chega a ensaiar uma arrancada em busca de vaga para a Final, mas não consegue transpor a grande diferença de pontos que o separa do objetivo. Resta a melancolia de presenciar o final da carreira de Zico, que se despede com um belo gol de falta nos 5-0 sobre o Fluminense, no simpático mas acanhado Estádio Mário Helênio, em Juiz de Fora.
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Prelúdio
A temporada de 1990 se inicia com uma agradável surpresa. Pela primeira vez em sua história, o Flamengo conquista a Copa SP de Juniores, expondo ao cenário brasileiro a luxuriante qualidade de uma das mais talentosas gerações de sua existência. É chegada a hora de nomes como Júnior Baiano, Piá, Marquinhos, Marcelinho, Fabinho, Nélio, Paulo Nunes e Djalminha. Este último, o grande destaque da competição, assombra o país ao marcar CINCO gols (um deles de placa) num acachapante 7-1 sobre o Corinthians em pleno Pacaembu lotado, numa das mais exuberantes atuações de toda a história do torneio. A conquista do troféu acende em muitos a certeza de que o Flamengo deveria voltar a caminhar em consonância com sua história e a estimular o aproveitamento dos garotos (muitos deles, aliás, já utilizados por Telê em 1988/89).
Mas a diretoria tem outros planos a curto prazo. Promove ajustes no elenco, tido como já qualificado. Márcio Rossini, Nando e Borghi são dispensados/negociados. Josimar, após muita hesitação, é bancado por Espinosa, que decide lhe dar mais uma oportunidade. Para reforçar o elenco, o Flamengo consegue, enfim, desatar um intrincado nó jurídico e, mais uma vez, impõe-se ao Vasco trazendo o zagueiro André Cruz, titular da Seleção Brasileira de Sebastião Lazaroni. Junto com André Cruz, chega o volante-meia Edu Marangon, que também ostenta passagens pela Seleção em seu currículo. Ambos desembarcam para um empréstimo de seis meses.
Outro “reforço” vem de casa. O zagueiro Leandro, após longa e dolorosa recuperação decorrente de uma complexa cirurgia realizada na tentativa de atenuar sua malformação congênita, enfim reaparece em condições de jogo, e deverá comandar a zaga. Terá, ao lado de Júnior, a missão de ocupar o vácuo de liderança deixado pela aposentadoria de Zico.
As últimas apostas recaem sobre Luís Carlos e principalmente Bujica, promovido à condição de centroavante titular da equipe, por conta dos gols marcados na reta final da última temporada. Dessa forma, o time-base que Espinosa pretende colocar em campo, podendo variar formações com dois ou três zagueiros: Zé Carlos, Josimar, Leandro, André Cruz, Fernando (Aílton), Leonardo; Uidemar, Júnior, Edu Marangon; Renato Gaúcho, Bujica, Zinho.
É com essa equipe que o Flamengo pretende retomar o Estadual que não conquista desde 1986 e vencer o Brasileiro.
No que deu
O primeiro semestre se mostra um retumbante desastre. Em nenhum momento o Flamengo se apresenta como um real candidato ao título do Estadual. Seu time é lento, pouco criativo, burocrático. As peças simplesmente não funcionam, embora Renato enfim tenha reencontrado boa parte de seu futebol, sendo o principal jogador do time na competição. Mas é figura isolada. As contratações não dão certo. André Cruz, visivelmente sem ritmo em função da longa inatividade (decorrente do imbróglio envolvendo sua contratação), é caricatura do zagueiro que impressionou os italianos um ano antes, sendo facilmente envolvido por jogadores de equipes menores. Ademais, desmotiva-se com supostos atrasos salariais e com sua escalação como volante, no meio. Lesiona-se e perde vários jogos. Com Edu Marangon a decepção é ainda mais flagrante. Mostrando-se acuado desde sua chegada (chegou a se declarar “assustado” com a camisa 10 que recebera), é escalado fora de sua posição. Meia de ligação, ou “camisa 8” de origem, gosta de atuar entre as intermediárias, organizando o jogo. Mas, com a presença de Júnior (que exerce a função), passa a jogar mais perto do gol adversário, como um ponta-de-lança, ou “meia-atacante”. Sem a velocidade e o dinamismo que a função exige, começa a “travar” o time e a ser agraciado com uma colcha de vaias pela torcida. Sem suportar a pressão, pede a Espinosa para ser afastado da equipe. É atendido e não recebe mais chances como titular. Ao final do Estadual, Edu e André Cruz vão embora sem deixar a mais tênue saudade.
Mas a decepção não se resume aos “forasteiros”. Bujica, nas primeiras partidas, demonstra insuperável incapacidade de desperdiçar oportunidades, várias delas fáceis. Num Fla-Flu o preço é cobrado. Bujica até marca um gol, mas empilha chances perdidas e o castigo vem com um amargo empate. Impaciente, a diretoria logo percebe que o jogador ainda está “verde” e aproveita uma oportunidade de mercado, trazendo por empréstimo o atacante Gaúcho, antiga cria da Gávea que anda tendo problemas com a torcida do Palmeiras (é responsabilizado, por seu comportamento extracampo, pelas traumáticas perdas do Estadual e do Brasileiro do ano anterior). Gaúcho rapidamente “veste” a Camisa 9 e desanda a marcar gols, conquistando o torcedor e fechando de vez as portas para qualquer futura oportunidade a Bujica.
A campanha no Estadual beira o deprimente. O time termina em quarto lugar, sua pior participação desde 1976. Disputa seis clássicos e perde quatro. Não vence nenhum, o que carimba um dos piores retrospectos de sua história. Durante a Taça Rio, Espinosa, percebendo estar por um fio, denuncia um “complô” promovido por alguns vice-presidentes, que o querem fora do cargo para colocar em seu lugar Ernesto Paulo, o treinador campeão da Copa SP, e com isso dar aos jovens as oportunidades que lhes estão sendo negadas. Com o escândalo, Espinosa ganha curta sobrevida, e “coincidentemente” passa a utilizar os garotos. Num desses jogos, o Flamengo faz 4-0 no América, em grande atuação de Marcelinho, numa das poucas exibições realmente boas da equipe. Mas, ao final do Estadual (que se decide com um humilhante triangular entre Botafogo, Vasco e Fluminense), Espinosa não resiste e é mesmo demitido.
Assim, encerra-se a primeira parte da temporada. Que, até então, para o torcedor resume-se, em termos de emoção, ao inesquecível jogo de despedida de Zico, que parou o Rio de Janeiro e, em plena noite de terça-feira, colocou quase 100 mil no Maracanã, numa noite em que o Flamengo mostrou-se com a grandeza, a força e o brilho que há muito parecem estar perdidos.
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Prelúdio
A catastrófica campanha do primeiro semestre acende na diretoria a necessidade de “mudar tudo”. Até porque é ano de eleições, e a administração atual convive com a incômoda marca de, até então, não ter conquistado nenhum título, algo inimaginável dado o histórico recente.
Num primeiro movimento, a diretoria acena com a perspectiva de, enfim, dar oportunidades aos jogadores da base, ao confirmar a contratação de Ernesto Paulo para o lugar de Espinosa. No entanto, resolve “profissionalizar” o Futebol, trazendo para a função de executivo o ex-presidente do Fluminense, Francisco Horta. Boquirroto, polêmico, ousado e marrento, Horta reúne características tidas como ideais pela diretoria, que pretende “chacoalhar” o elenco e devolver a vibração a um time diagnosticado como “sem sangue” e “sem alma”. Confrontado por sua origem tricolor, Horta rapidamente devolve: “não interessa para quem torço, interessa pra quem trabalho. Até porque o grande Domingo Bosco era tricolor, veio do Flu e mesmo assim foi muito vitorioso aqui” (aludindo ao saudoso Supervisor da Era Zico).
Não deixe de ler: Procura-se Domingo Bosco desesperadamente
Horta não “decepciona”. Sua primeira medida é afastar Ernesto Paulo (que, assim, é desligado sem sequer ter assumido o cargo) e efetivar Jair Pereira (em grande momento na carreira). Horta deixa claro o que pretende para o rubro-negro: “Jogar num clube da grandeza do Flamengo é para iniciados, não para iniciantes. Flamengo é o ápice, é o auge. Aqui só tem lugar pra protagonista”. E logo nova baciada de reforços irá desembarcar na Gávea.
Horta reedita os célebres troca-trocas dos anos 1970 e negocia com o São Paulo o atacante Alcindo e o lateral Leonardo, ambos em baixa. Na transação, chegam à Gávea o também lateral Nelsinho e o meia Bobô, que também não vivem bom momento. Tudo por empréstimo de seis meses. A diretoria também perde de vez a paciência com Josimar e anuncia a contratação de Zanata, ex-Bahia e Palmeiras, que será o titular enquanto o rubro-negro arruma um destino para o ex-botafoguense. Para a zaga, ainda é contratado o jovem Victor Hugo, revelação do Guarani.
Zé Carlos, Zanata, Fernando, Victor Hugo, Nelsinho; Uidemar, Júnior, Bobô; Renato, Gaúcho, Zinho.
Bobô, recebido com festa no Galeão, é o novo candidato a ídolo. Será o dono da camisa 10. E no início as coisas de fato parecem ir bem. O Flamengo sai para excursionar dentro e fora do país. Apresenta bom desempenho. Jair Pereira parece mais determinado a encontrar uma formação que efetivamente encaixe, independente de quem tenha que escalar ou sacar da equipe (numa dessas experiências, chega a barrar Júnior, mas logo desiste da bizarra ideia). Com um treinador de ponta, reforços de nível competitivo e bom elenco de apoio, enfim o Flamengo parece reunir condições de realizar uma boa temporada. O torcedor, desconfiado, ainda reluta.
Parece prever a tormenta.
No que deu
A primeira turbulência se dá entre as duas principais estrelas da companhia. Renato e Horta não demoram a se estranhar. O atacante, que volta sem ritmo de jogo da Copa do Mundo, demora a engrenar, e é ironizado publicamente pelo dirigente. “Nosso tenor parece que anda rouco. Acontece”. Renato retruca, hostil, num bate-boca que faz a festa dos setoristas. Horta chega a cogitar a venda do jogador mas é repelido pelo Presidente, sensível ao contexto político potencialmente desfavorável com a reação à perda de um ídolo. Mas a corrosão no ambiente cresce. Num amistoso no Japão, o Flamengo massacra o Real Sociedad-ESP, 7-0. Na solenidade de entrega do troféu alusivo à vitória, Renato ignora um cumprimento de Horta, numa cena constrangedora. Na volta ao Brasil, o rubro-negro se arrasta em campo, jogando um futebol caricato. Perde no Maracanã para Bragantino, Corinthians e Botafogo. É derrotado pelo Bahia. Empata com Goiás e Internacional e, sem vitórias, é o lanterna de seu grupo, numa campanha que faz acender um inacreditável fantasma de rebaixamento. Um grupo de jogadores, liderado por Renato, faz aberta campanha contra Horta. Que não resiste e cai.
A saída de Francisco Horta assinala uma guinada. Na partida seguinte, contra o Vasco, o Flamengo voa em campo e sai do Maracanã vencedor por 1-0, gol marcado, a exemplo do ano anterior, por mais um jovem quase estreante, o garoto Nélio. Nessa partida, o rubro-negro foi escalado com quatro jogadores egressos da Copa SP (Nélio, Marcelinho, Júnior Baiano e Piá), sinalizando uma tendência que se manterá até o final da temporada.
Porque, mais uma vez, as contratações não suprem a demanda. Bobô, após bom início, sucumbe à crise e some. Lesiona-se e só volta no final do ano, exibindo até um bom jogo, mas insuficiente para reverter a pecha de jogador irregular. Nelsinho, por sua vez, não demora a ser barrado por Piá, que é o primeiro jogador da Copa SP a efetivamente ganhar um lugar no time. Zanata, a exemplo de Josimar, não é propriamente um modelo de comportamento extracampo e acaba perdendo a vaga para um improvisado Aílton. Victor Hugo, consegue uma sequência como titular, disputando posição com o jovem Rogério.
O Flamengo se recupera no Brasileiro e faz bom segundo turno, tornando-se, inclusive, sério candidato a uma das vagas às Finais. Renato enfim volta a jogar em alto nível e protagoniza com Gaúcho uma devastadora dupla de ataque, totalmente afinada dentro e fora de campo. No entanto há um fato novo: a Copa do Brasil. Ansiosa pela conquista de um título, a diretoria “larga de mão” o Brasileiro e aposta todas as fichas na competição onde o rubro-negro já está nas Semifinais. E, com efeito, o Flamengo passa por Náutico e Goiás (com maciça utilização de jogadores da base) e efetivamente conquista um título nacional que não lograva obter desde 1987. Finalmente com o elenco na mão, Jair Pereira consegue engatar uma sequência de vitórias nos últimos jogos e, por pouco, o rubro-negro também não se classifica para as finais do Brasileiro.
Com a eliminação precoce, o Flamengo vai excursionar pelo Norte-Nordeste, em um melancólico clima de “fim de feira”. A oposição vence as eleições. O novo Presidente desde cedo demonstra índole de renovação. Avisa que não “fará loucuras” e que saneará o clube. Para mostrar estar falando sério, “perde” Renato para o Botafogo. Jair Pereira, Bobô, Zanata e Nelsinho vão embora. Leonardo é vendido ao São Paulo, em nova troca de jogadores. Para treinador, traz Vanderlei Luxemburgo, que “elege” Júnior como o líder de um time jovem, aproveitando os talentos de 1990. “É com esses que vamos”, declara.
E se dá a ruptura.
Adriano Melo escreve seus Alfarrábios todas as quartas-feiras aqui no MRN e também no Buteco do Flamengo. Siga-o no Twitter: @Adrianomelo72.
Fotos destacadas no post e nas redes sociais: Reprodução
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